sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sobre estar sozinho


Eu me sinto apta a opinar sobre este texto, pois, depois de uma casamento de 10 anos e um noivado de 2 (quase casamento), decidi não mais me casar. Vivo junto comigo mesma desde que minha filha se casou e mudou para Cuiabá. Adoooooooooro!!!!!!! Não abro mão desta liberdade por nada deste mundo! Namorar é muito bom. Beijar na boca também, mas conviver junto, na mesma casa? Não obrigada! 
É realmente muito importante ficarmos um tempo sem ninguém. É a melhor maneira de nos conhecermos melhor...Só que depois a gente se acostuma e fica difícil convencer a outra parte de que, para manter um relacionamento saudável não é preciso juntar as escovas de dentes...E quando o outro não concorda dá um curto na relação...Aí você escolhe sempre aquilo que é melhor pra você e o que te faz mais feliz!!!



"Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As

relações afetivas também estão passando por profundas transformações e
revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na
qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e
não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo
seu bem-estar. A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade,
que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de
século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e
precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que,
historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas
características, para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da
ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o
que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante.
Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor
denecessidade, pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não
preciso, o que é muito diferente. Com os avanços tecnológicos, que exige
mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinha,
e aprendendo a conviver melhor consigo mesma. Elas estão começando a
perceber que se sente fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se
estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador
de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se
reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou. Estamos entrando na era
da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não
tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela
financeira ou moral.

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado. Visa à
aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é
possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado
estará para uma boa relação afetiva.

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade
à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o
ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem. Relações de
dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada
cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para
avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que
fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto. Todas as pessoas deveriam ficar
sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir
sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz
de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do
outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo
quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação,
há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.

Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo..."

(Flávio Gikovate, médico psicoterapeuta)




Beijos carinhosos


2 comentários:

Paulo disse...

Sabemos que as relações humanas são cada vez mais difíceis e viver e conviver com outros ou com outro é algo muito particular e do foro íntimo de cada um, mas o Flávio soube externar bem e mostrar alguns caminhos que todos sabemos, mas que por vezes ignoramos.
A tua postura também é corajosa, parabens pelos textos

ValeriaC disse...

Apesar de muitos ainda verem o amor, o relacionamento entre outras coisas, com muito apego e dependência, entendo o que voce pensa e sente e acho que voce está certíssima. A gente tem que fazer o que manda a nossa alma.
Na verdade, não há regras rígidas, quem prefere morar junto, more, quem prefere morar separado,que seja... acho que geralmente pensa assim, quem já percebeu que é bom ter espaço, que compartilhar bons momentos, companhia com alguem pode ser maravilhoso, mas não precisa ficar 24hs juntos e mesmo assim funcionar muito bem.
Querida tenha uma ótima semana...beijos...

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