quarta-feira, 30 de outubro de 2013

XÔ DEPRESSÃO!!!!


Olá gente linda do meu core!!!
Hoje vamos falar sobre gente deprimida...
Será que ser feliz dá trabalho? Por que será que tem tanta gente deprimida nesse mundo de Deus?! Eu conheço algumas pessoas, digo, muitas, que não sabe conviver muito bem com a felicidade. Parece que elas não se sentem bem sendo felizes. Querem sempre uma desgraçacinha para tornar a vida delas, e a dos outros, um inferno!!!

Conheci a pouco tempo uma pessoa que, aparentemente tem tudo para ser feliz, mas vive procurando motivos para não ser. Estou cada vez mais convencida de que a felicidade incomoda este tipo de gente. Ou então já faz parte de algum tipo de bipolaridade, ou sei lá o que, que as deixa tão infelizes por tão pouco!!!
Abaixo um artigo interessante do Jorge Forbes, do Instituto de Psicanálise Lacaniana pra vocês refletirem sobre o assunto:

"Está todo mundo deprimido, a felicidade foi embora.
Se em uma reunião pudéssemos fazer  raios-X das bolsas e dos bolsos, encontraríamos, entre os gêneros de primeira portabilidade, comprimidos de antidepressivos. O que antes tinha emprego discreto, hoje virou conversa de salão. Discute-se qual medicamento cada um toma, como reagiu, há quanto tempo, se o genérico substitui bem o oficial e por aí vai. E se a fala corre solta, sem o comedimento anterior, é porque uma forte propaganda convenceu muita gente de que a depressão é uma doença como outra qualquer, como quebrar o braço em um acidente ou contrair malária. Essa propaganda de fortes coloridos interesseiros da indústria farmacêutica, associada a uma medicina que se orgulha em ser baseada em evidências – aquela em que o médico não dá um passo sem pedir um monte de exames – veiculou a ideia de que você não tem nada a ver com a sua depressão, que os sentimentos são cientificamente mensuráveis e, em decorrência, controláveis.
Sobre isso, Heiddeger contava uma história engraçada. Dizia que um cientista afoito em provar suas teses de medição da felicidade e da tristeza, começou a visitar os velórios de sua cidade carregando tubos de ensaio, nos quais recolhia a quantidade de lágrimas que viúvos vertem a cada três minutos. Podemos imaginar a cena!
Mutadis mutandis, se alguém já viu um interrogatório desses que querem medir o estado depressivo – com algumas nobres exceções - verá que é difícil escapar de ser tachado de doente, quando perguntas como essas lhe são dirigidas, simultaneamente: -'Você tem dormido pouco, ultimamente?', ou: -'Você tem dormido muito, ultimamente?'. 
Por que essa euforia da depressão? Será mesmo, como muitos respondem, por uma desregulação dos níveis do neurotransmissor serotonina? A serotonina ficou até popular, todo mundo fala dela como do colesterol. Ela é íntima. Agora, por que a serotonina ficou alterada de repente em tanta gente? Alguma epidemia viral de vírus anti-serotonina ou coisa que o valha? Não parece.
Prefiro pensar que se há muita depressão – lato sensu – é porque sofremos uma revolução dos parâmetros que atuam na formação da identidade. Na saída da sociedade moderna para a pós-moderna, não temos mais termômetros de certo e errado que serviam para as pessoas se orientarem se estavam bem ou mal. Com o fim desse maniqueísmo, nossos tempos exigem maior responsabilidade individual no seu bem estar. Aí, muitos fraquejam. Dou um exemplo simples: uma pessoa cruza com um conhecido na rua e o cumprimenta. O outro não responde e segue seu caminho. Qual a primeira pergunta que vem na cabeça de quem fez o cumprimento? O que vem é: -'O que foi que eu fiz?', no sentido de uma bobagem que ele teria cometido motivo da falta de resposta ao cumprimento. Quando a identidade, como nesse caso, titubeia, ela se regenera, paradoxalmente, na auto-depreciação. Daí para se sentir deprimido é um pequeno passo. E, para complementar a receita, como estamos na época da medicalização da vida, na qual se acredita que para tudo tem remédio, pronto, tasca antidepressivo nele.
Triste tempo esse, realmente, em que tentam dessubjetivar a responsabilidade pessoal frente aos sentimentos. Mas não vai funcionar, como nunca funcionou na história da humanidade quando já tentaram amordaçar o desejo humano.
Ser feliz dá um trabalho danado, chega até a assustar, mas não mata não.

Texto publicado originalmente na revista Gente IstoÉ – setembro 2013

Beijos carinhosos

3 comentários:

Edum@nes disse...

Magoado sem alegria!
Fica triste o coração
De gente deprimida
Não fala disso não!

Para você, Marciagrega
Desejo um bom dia
E tudo mais que o que mereça
sem mágoas nos seu coração.
Um beijo
Eduardo.

Edum@nes disse...

Se eu pudesse te beijava!...
Num momento de coragem
Se eu pudesse te levava
às nuvens numa viagem

Te desejo um domingo
bem passado,
No teu peito uma flor
O teu corpo perfumado
De carinho e muito amor

Um beijo
Eduardo.

Tais Luso de Carvalho disse...

Triste tempos cuja solidão deixa sua marca registrada. Nada está bom e as cobranças são enormes. A atual sociedade é carente de valores, de princípios e de gente. Cada vez mais solidão: todos juntos e separados. A sociedade veio se degringolando, acho que vamos voltar para a Idade Média – em valores.

Bjsss.

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