quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

COM ESSA TECNOLOGIA, CADA VEZ ENTENDO MENOS!!!


Recebi este texto abaixo da minha irmã Odete. Ela diz que eu iria me identificar com o conteúdo do mesmo. E tinha razão!!!  Eu entendo perfeitamente esse tal Haroldo! Levei muuuuuuuitos anos para aderir a tecnologia atual. Resisti o quanto pude. Não tinha telefone celular, nem computador, nem cafeteira automática (essa eu ainda não tenho)... Minha irmã sempre dizia que eu "ainda" não era uma cidadã do atual milênio. Mas, por forças das circunstâncias fui aderindo à nova tecnologia e hoje, já sou uma cidadã do século XXI. Tenho TV, aparelho de DVD, CD, celular, computador...Só não tenho ainda e creio que nunca terei é uma Cafeteira Automática. Até ganhei uma de presente do dia das mães, mas dei para alguém que precisava, pois, nunca a usei. Gosto mesmo é do velho coador de pano. Aquele que a vovó usava!!!
Conheço muitas pessoas que não gostam e não usam celular e computador, por este motivo postei esta mensagem, para que não se sintam "fora da realidade". Afinal é tudo uma questão de adaptação. Eu vejo a tecnologia como um mal necessário e, dentro do possível, vou sempre me atualizar...Mas esse tal de "Wii 2 X-7? ", nunca nem ouvi falar!!!!
Vamos ao texto!

Haroldo tirou o papel do bolso, conferiu a anotação e perguntou à balconista:

– Moça, vocês têm pen drive?

– Temos, sim.

– O que é pen drive? Pode me esclarecer? Meu filho me pediu para comprar um.

– Bom, pen drive é um aparelho em que o senhor salva tudo o que tem no computador.

– Ah, como um disquete...

– Não. No pen drive o senhor pode salvar textos, imagens e filmes. O disquete, que nem existe mais, só salva texto.

– Ah, tá. bom, vou querer.

– Quantos gigas?

– Hein?

– De quantos gigas o senhor quer o seu pen drive?

– O que é gigas?

 – É o tamanho do pen.

– Ah, tá, eu queria um pequeno, que dê para levar no bolso, sem fazer muito volume.

– Todos são pequenos, senhor. O tamanho, aí, é a quantidade de coisas que ele pode arquivar.

– Ah, tá. E quantos tamanhos têm?

– Dois, quatro, oito e até dez gigas.

 – Hummmm, meu filho não falou quantos gigas queria.

– Neste caso, o melhor é levar o maior.

– Sim, eu acho que sim. Quanto custa?

– Bem, o de dez gigas é o mais caro. A sua entrada é USB?

 – Como?

– É que para acoplar o pen no computador, tem que ter uma entrada compatível.

– USB não é a potência do ar condicionado?

 – Não, aquilo é BTU.

– Ah é, isso mesmo. Confundi as iniciais. Bom, sei lá se a minha entrada é USB.

– USB é assim ó, com dentinhos que se encaixam nos buraquinhos do computador. O outro tipo é este, o P2, mais tradicional, o senhor só tem que enfiar o pino no buraco redondo.

– Hmmmm..., enfiar o pino no buraquinho, né?

– Hehehe. O seu computador é novo ou velho? Se for novo é USB, se for velho é P2.

 – Acho que o meu tem uns dois anos. O anterior ainda era com disquete. Lembra do disquete? Quadradinho, preto, fácil de carregar, quase não tinha peso. O meu primeiro computador funcionava com aqueles disquetes do tipo bolacha, grandões e quadrados. Era bem mais simples, não acha?

– Os de hoje nem têm mais entrada para disquete. Ou é CD ou pen drive.

– Que coisa! Bem, não sei o que fazer. Acho melhor perguntar ao meu filho.

– Quem sabe o senhor liga para ele?

– Bem que eu gostaria, mas meu celular é novo, tem tanta coisa nele que ainda não aprendi a discar.

– Deixa eu ver. Poxa, um Smarthphone, este é bom mesmo, tem Bluetooth, woofle, brufle, trifle, banda larga, teclado touchpad, câmera fotográfica, filmadora, radio AM/FM, dá pra mandar e receber e-mail, torpedo direcional, micro-ondas e conexão wireless.

– Micro-ondas? Dá para cozinhar nele?

– Não senhor, assim o senhor me faz rir, é que ele funciona no sub-padrão, por isso é muito mais rápido.

– E Bluetooth? Estou emocionado. Não entendo como os celulares anteriores não possuíam Bluetooth.

– O senhor sabe para que serve?

– É claro que não.

– É para comunicar um celular com outro, sem fio.

– Que maravilha! Essa é uma grande novidade! Mas os celulares já não se comunicam com os outros sem usar fio? Nunca precisei fio para ligar para outro celular. Fio em celular, que eu saiba, é
apenas para carregar a bateria...

– Não, já vi que o senhor não entende nada, mesmo. Com o Bluetooth o senhor passa os dados do seu celular para outro, sem usar fio. Lista de telefones, por exemplo.

– Ah, e antes precisava fio?

– Não, tinha que trocar o chip.

– Hein? Ah, sim, o chip. E hoje não precisa mais chip...

– Precisa, sim, mas o Bluetooth é bem melhor.

– Legal esse negócio do chip. O meu celular tem chip?

– Momentinho... Deixa eu ver... Sim, tem chip.

– E faço o quê, com o chip?

 – Se o senhor quiser trocar de operadora, portabilidade, o senhor sabe.

– Sei, sim, portabilidade, não é?, claro que sei. Não ia saber uma coisa dessas, tão simples? Imagino, então que para ligar tudo isso, no meu celular, depois de fazer um curso de dois meses, eu só preciso clicar nuns duzentos botões...

– Nãão, é tudo muito simples, o senhor logo apreende. Quer ligar para o seu filho? Anote aqui o número dele. Isto. Agora é só teclar, um momentinho, e apertar no botão verde... pronto, está chamando.

Haroldo segura o celular com a ponta dos dedos, temendo ser levado pelos ares, para um outro planeta:

– Oi filhão, é o papai. Sim. Me diz, filho, o seu pen drive é de quantos... Como é mesmo o nome? Ah, obrigado, quantos gigas? Quatro gigas está bom? Ótimo. E tem outra coisa, o que era mesmo? Nossa conexão é USB? É? Que loucura. Então tá, filho, papai está comprando o teu pen drive. De noite eu levo para casa.

– Que idade tem seu filho?

– Vai fazer dez em março.

– Que gracinha...

– É isto moça, vou levar um de quatro gigas, com conexão USB.

– Certo, senhor. Quer para presente?

Mais tarde, no escritório, examinou o pen drive, um minúsculo objeto, menor do que um isqueiro, capaz de gravar filmes? Onde iremos parar? Olha, com receio, para o celular sobre a mesa.

Máquina infernal, pensa.

Tudo o que ele quer é um telefone, para discar e receber chamadas. E tem, nas mãos, um equipamento sofisticado, tão complexo que ninguém que não seja especialista ou tenha mais de quarenta, saberá compreender.

Em casa, ele entrega o pen drive ao filho e pede para ver como funciona.
 O garoto insere o aparelho e na tela abre-se uma janela. Em seguida, com o mouse, abre uma página da internet, em inglês. Seleciona umas palavras e um roque infernal invade o quarto e os ouvidos de Haroldo.

Um outro clique e, quando a música termina, o garoto diz:

– Pronto pai, baixei a música. Agora eu levo o pen drive para qualquer lugar e onde tiver uma entrada USB eu posso ouvir a música. No meu celular, por exemplo.

– Teu celular tem entrada USB?

– É lógico. O teu também tem.

– É? Quer dizer que eu posso gravar músicas num pen drive e ouvir pelo celular?

– Se o senhor não quiser baixar direto da internet...

Naquela noite, antes de dormir, deu um beijo em Clarinha e disse:

– Sabe que eu tenho Bluetooth?

– Como é que é?

– Bluetooth. Não vai me dizer que não sabe o que é?

– Não enche, Haroldo, deixa eu dormir.

– Meu bem, lembra como era boa a vida, quando telefone era telefone, gravador era gravador, toca-discos tocava discos e a gente só tinha que apertar um botão, para as coisas funcionarem?

– Claro que lembro, Haroldo. Hoje é bem melhor, né? Várias coisas numa só, até Bluetooth você tem.
  – E conexão USB também.

– Que ótimo, Haroldo, meus parabéns.

– Clarinha, com tanta tecnologia a gente envelhece cada vez mais rápido. Fico doente de pensar em quanta coisa existe, por aí, que nunca vou usar.

– Ué? Por quê?

– Porque eu recém tinha aprendido a usar computador e celular e tudo o que sei já está superado.

– Por falar nisso temos que trocar nossa televisão.

– Ué? A nossa estragou?

– Não. Mas a nossa não tem HD, tecla SAP, slowmotion e reset.

– Tudo isso?

– Tudo. Boa noite, Haroldo, vai dormir.

Quando estava quase pegando no sono, o filho entra no quarto e diz:

– Pai, me compra um Wii 2 X-7?

Beijos carinhosos!!!!




5 comentários:

Marcos Pontes disse...

Boas risadas, boas risadas.
Sou da geração que acha que aparelhos eletrônicos não deveriam vir com manual, mas com uma criança de dez anos acompanhando. A molecada aprende tudo antes de conseguirmos ligar.

Blogando Francês disse...

Adorei!!!! hahahaha!!
É assim mesmo. Apesar de trabalhar com informatica, de vez em quando preciso de ajuda extra.
Bjs

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Me diverti muito com esse texto!
Muito bom mesmo!

Beijos, Ari

Vivian disse...

olá amiga!!!

ADOREI!!!
Muito bem humorado e verdadeiro!!
Eu não entendo muito de informática!!Mas estou aprendendo...
Mas o Haroldo parece meu pai!!!
Levou um tempo para aprender a usar as mensagens!!!Comprou um telefone novo, que achou tão difícil que trocou por um modelo mais simples!!Só fazer chamadas ,tá ótimo!!!!
Essa tecnologia...
Beijos

Marineide Dan Ribeiro disse...

E pensar que minha sobrinha de 4 anos me ensina os joguinhos no computador!!!
Que vergonha!!!
bjusssss

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